Diário do Mercado na 3ª feira, 14.06.2016
Ibovespa não suportou elevação de risco global e sucumbiu com realizações generalizadas.
BMF Bovespa
O Ibovespa encerrou aos 48.648 pts, em queda de 2,04%, acumulando agora -1,57% na semana, +0,36% em junho, +12,22% no ano e -8,81% em 12 meses. Preliminarmente, o bom giro financeiro da Bovespa foi de R$6,16 bilhões, acima da média de junho (até dia 13), em R$5,43 bilhões, mas, abaixo média de maio, de R$6,62 bilhões.
O volume financeiro do mercado à vista foi de R5,98 bilhões e o Ibovespa apurou R$5,33 bilhões. No dia 10 - último dado disponível, a Bovespa registrou retirada de R$285,6 milhões de capital estrangeiro, reduzindo o saldo positivo a R$906 milhões em junho e a R$12,381 bilhões em 2016.
O índice doméstico iniciou oscilante, chegando a operar em alta antes da primeira hora de negócios. A partir daí, foi perdendo forças e acentuando as perdas, batendo em um suporte próximo aos 48.200 pts na hora e meia final e, em seguida, tendo apenas um respiro com a “zeragem” de posições. Vale lembrar que amanhã (15) haverá vencimentos de índice futuro e opções sobre o índice.
O índice brasileiro foi contaminado pelo mau humor externo. Em suma, quanto mais vai se aproximando a data do referendo sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia, agendado para o próximo dia 23 de junho, e as pesquisas vão sinalizando a preferência dos britânicos pela saída, mais a aversão ao risco vai se exacerbando.
Nos três últimos pregões, o índice Vix (aversão ao risco) avançou de 14,6 para 20,5 hoje, com o CDS Brasil 5 anos (CBIN) aumentando de 334 pts para 359 pts.
Os destaques negativos ponderados foram:
ABEV3 (R$18,57; -1,80%; giro R$299 milhões);
BBDC4 (R$23,96; -1,96%; giro R$293 milhões);
PETR4 (R$8,30; -3,71%; giro R$554 milhões);
ITUB4 (R$28,61; -1,45%; giro R$465 milhões);
BRFS3 (R$45,42; -2,89%; giro R$176 milhões);
PETR3 (R$10,48; -3,14%; giro R$126 milhões); e
VALE3 (R$14,63; -3,75%; giro R$110 milhões).
Indicadores
No Brasil, as vendas a varejo (com ajuste sazonal) variaram +0,5% em abril (-0,9% em março), em linha com o mercado. Em relação a abril de 2015, o indicador recuou 6,7%, ante -5,7% em março-16/março-15, abaixo do -6,4% estimado pelos analistas.
As vendas restritas acumularam -6,9% em 2016 e -6,1% em 12 meses. Já as vendas do comércio varejista ampliado (incluem veículos e material de construção) baixaram 1,4% em abril, contra -1,3% em março, abaixo do -0,8% esperado pelo mercado.
Em relação a abril de 2015, o indicador teve queda de +9,1% em abril, frente a -7,9% em março-16/março-15, vindo inferior a expectativa dos agentes, em -8,5%. Assim, as vendas restritas acumularam -9,3% em 2016 e -9,7% em 12 meses.
Fed e os juros norteamericanos
Na agenda desta semana (pg.3 do anexo), nos EUA, amanhã o FED decidirá sobre a taxa de juros, onde o consenso dos agentes é de manutenção na atual range de 0,25% a 0,50%. O mercado acompanhará com atenção o comunicado que será emitido logo depois da decisão, tentando ver indícios para a reunião subsequente, em 26/27 de julho.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado cambial, o dólar comercial interbancário fechou cotado a R$3,4800 (-0,06%), acumulando agora +1,61% na semana, -3,63% no mês, -12,14% no ano, mas, com elevação de +11,72% em 12 meses.
Hoje, houve volatilidade intradiária na trajetória da divisa norteamericana, por visões envolvendo tanto o cenário externo, com alta da aversão ao risco, como por questões domésticas, com o prosseguimento da não atuação do Banco Central em swap reverso.
No mercado de juros futuros, as taxas findaram com ligeiras elevações, mas, novamente, não distantes da estabilidade. Os agentes ficaram em “compasso de espera”, parecendo aguardar alguma postura nova do Banco Central, na véspera da decisão do Fed nos EUA sobre a taxa de juros norte-americana.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 14.06.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, JOSÉ ROBERTO DOS ANJOS, CNPI-P, ambos do BB INVESTIMENTOS.